sábado, 13 de dezembro de 2014

30 anos de “Amadeus”



Há 30 anos o filme "Amadeus" estreava nos cinemas de vários países do mundo. O título desse drama ficcional é a versão latina do sobrenome “Theophilus” do famoso compositor nascido em Salzburgo, Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart (1756-1791). O longa- metragem é uma adaptação da peça homônima escrita em 1979, pelo dramaturgo inglês Peter Shaffer, sucesso na Broadway em 1980, que por sua vez, foi baseada na obra “Mozart e Salieri” escrita em 1830, pelo romancista e poeta russo Alexandre Puskin (1799-1837).

Curioso observar que em 1830, já se falava da suposta rivalidade entre Mozart e o Antonio Salieri (1750-1825), então compositor oficial da Corte do Imperador José II (1741-1790), irmão de Maria Antonieta, aquela mesma, Rainha da França, decapitada em 1793 durante a Revolução Francesa (1789 a 1799). Mas, será que tal hostilidade existiu? E mais, o compositor italiano realmente matou ou teria tentado matar Mozart? Estas são algumas das várias perguntas que ouço sobre “Amadeus” nas minhas aulas de “História da Música” e “Apreciação Musical” do Curso de Música da UFG.

Na vida real, é possível que tenha existido algum tipo de rivalidade entre os dois no campo musical. Entretanto, não há evidências que corrobore essa teoria. Nas duas biografias de Mozart que li até hoje, “Mozart, Sociologia de um Gênio” de Norbert Elias, 1991 e “Mozart: vida, temas e obras” de Nicholas Kenyon, 2005, lembro-me de apenas uma passagem que faz menção sobre este assunto. Trata-se de uma carta do pai de Mozart à filha Nannerl, datada de 1786, ano da estreia da ópera cômica “Bodas de Fígaro”: “Será de admirar se for um sucesso, pois sei que há poderosas cabalas contra teu irmão. Salieri e todos os seus apoiantes tentarão, de novo, mover céus e terra para rebaixar esta ópera.”... (texto completo)